Facebook perde anunciantes
Os organizadores de uma campanha de boicote à publicidade no Facebook, que vem conseguindo apoio de um número crescente de grandes empresas, agora estão se preparando para expandir a ação globalmente de forma a aumentar a pressão sobre a empresa de mídia social para que remova discurso de ódio.
A campanha “Stop Hate for Profit” começará a pedir às grandes empresas da Europa que se juntem ao boicote, disse Jim Steyer, executivo-chefe da Common Sense Media, em entrevista à Reuters no sábado (27). Desde que a campanha foi lançada neste mês, mais de 160 empresas, incluindo a Verizon e a Unilever, firmaram compromisso para parar de comprar anúncios na maior plataforma de mídia social do mundo em julho.
A Starbucks, sexto maior anunciante do Facebook – foram US$ 94,8 milhões em 2019 –, também disse que interromperia toda a publicidade em mídias sociais, embora não vinculasse explicitamente a ação ao #StopHateForProfit.
A Free Press e a Common Sense, juntamente com os grupos de direitos civis dos EUA Color of Change e a Liga Antidifamação, lançaram a campanha após a morte de George Floyd, o homem negro desarmado que foi assassinado pela polícia de Minneapolis.
A campanha global continuará à medida que os organizadores seguirem pedindo que mais empresas dos EUA participem. Jessica Gonzalez, co-diretora executiva da Free Press, disse que entrou em contato com as principais empresas de telecomunicações e mídia dos EUA para pedir que participem da campanha.
Respondendo às demandas por mais ação, o Facebook reconheceu neste domingo (28) que tem muito a fazer e está se unindo a grupos de direitos civis e especialistas para desenvolver mais ferramentas para combater o discurso de ódio. O Facebook disse que seus investimentos em inteligência artificial já o permitem encontrar 90% do discurso de ódio antes que os usuários denunciem.
De acordo com o vazamento de áudio da ligação obtida pelo Financial Times, Neil Potts, chefe de política de confiança e segurança do Facebook, reconheceu que a empresa sofre de um "déficit de confiança", mas acrescentou que estava "aqui para ouvir" as preocupações de seus clientes. A chamada foi convocada pelo órgão comercial do Interactive Advertising Bureau (IAB) no Canadá.
No primeiro trimestre deste ano, o faturamento total do Facebook foi de US$ 17,7 bilhões (R$ 96,9 bilhões), dos quais 98% ou US$ 17,4 bilhões (R$ 95,3 bilhões) vieram da
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