E, ao que tudo indica, o boicote que os grandes anunciantes vão impor ao Facebook para o mês de julho não deve ficar restrito apenas aos EUA. Isso porque os organizadores dessa ação têm conseguido o apoio de uma lista cada vez maior das companhias de grande porte,a ponto de transformar o movimento em algo global. E isso pode aumentar a pressão sobre o Facebook de forma exponencial.
A campanha Stop Hate for Profit ("Pare de odiar por lucro", em uma tradução livre) quer forçar o Facebook a manter um maior monitoramento - e posterior eliminação - sobre conteúdos que propagam discursos de ódio contra minorias. Depois de ter sido iniciada nos EUA, a iniciativa começará a pedir às grandes empresas da Europa que se juntem ao boicote, afirmou Jim Steyer, executivo-chefe da Common Sense Media, em entrevista à agência de notícias Reuters no sábado (27).
"A próxima fronteira é a pressão global", disse Steyer, acrescentando que a campanha espera encorajar os reguladores da Europa a adotar uma postura mais rígida junto ao Facebook. Ainda nesse mês, a Comissão Européia anunciou novas diretrizes para as empresas de tecnologia, incluindo a de Mark Zuckerberg, que devem enviar relatórios mensais sobre como estão lidando com a desinformação do coronavírus.
Adesão mundo afora
Desde que a campanha foi lançada no início de junho, mais de 160 empresas, incluindo a Verizon Communications e a Unilever afirmaram que parariam de comprar espaços publicitários no Facebok para o mês de julho. Além da Common Sense Media, a Free Press, juntamente com a Color of Change, grupo de direitos civis dos EUA e a Liga Anti-Difamação, lançaram a campanha após a morte de George Floyd, morto no final de maio deste ano pela polícia de Minneapolis, em um ato que fez explodir protestos contra o racismo e a violência policial em todo o mundo.
A expansão da campanha para além das fronteiras norte-americanas impactarpa ainda mais a receita de publicidade do Facebook, ainda que, em termos financeiros, pese menos do no campo de branding e relações públicas. A Unilever, por exemplo, comprometeu-se na sexta-feira (26) a interromper seus gastos nos EUA, no Facebook, pelo resto do ano. Isso representa apenas 10% do total de seu orçamento anual de publicidade na plataforma, estimados em US$ 250 milhões, de acordo com Richard Greenfield, da LightShed Partners, uma empresa de pesquisa de mídia e tecnologia.
No entanto, a campanha global continuará à medida que os organizadores continuarem pedindo que mais empresas americanas participem. Jessica Gonzalez, co-diretora executiva da Free Press, disse que entrou em contato com as principais companhias de telecomunicações e mídia dos EUA para pedir que participem da Stop Hate for Profit.
Jim Steyer disse ainda que pedirá a anunciantes globais como Unilever e Honda, que apenas se comprometeram a pausar os anúncios nos EUA, para que os mesmos retirem seus anúncios do Facebook de forma global.
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