Estratégia - Defensores de Bolsonaro estão sendo acusados de propagar "fake news"
Os defensores de Bolsonaro estão sendo acusados de propagar "fake news" e mensagens agressivas contra o Supremo Tribunal Federal e Congresso continuam apagando vídeos de seus canais em grande escala.
A movimentação começou em maio, mas após a busca e apreensão na casa de alguns blogueiros e jornalistas pró-governo determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, se intensificou e bateu recorde em junho. Segundo levantamento da empresa Novelo, de monitoramento de redes sociais, foram suprimidos cerca de 3.463 vídeos no mês passado, mais de oito vezes a média de 2019.
O sumiço dos vídeos começou quando o tornou mais efetivas as investigações do inquérito sobre fake news, a cargo de Moraes. Em maio foram retirados 1.112 peças. Nas semanas que sucederam a operação realizada no dia 27, em que a polícia foi à casa de youtubers e blogueiros e jornalistas para apreender computadores e celulares, foram deletados três vezes mais vídeos.
"Aparentemente, esses youtubers tinham a sensação de impunidade e imaginavam que estariam protegidos pelo discurso de liberdade de expressão", analisa Guilherme Felitti, responsável pelo levantamento. "Eles importaram essa noção dos EUA e acreditavam que poderiam fazer o que quisessem, até que bateu no Supremo".
Os canais que mais apagaram vídeos continuam sendo o Gigante Patriota e o Terça Livre — este último comandado pelo jornalista Allan dos Santos. Também colaborou para esse resultado expressivo o fato de que um desses canais, o Notícias da Hora, foi excluído pelo próprio YouTube. O dono do canal, Natalício Coelho, reclama de censura.
O YouTube interferiu em outros casos.
A plataforma deletou dois vídeos do canal de Sara Winter: o episódio "Joice me xingou de vagabunda" foi tirado do ar por "assédio e bullying", e outro, "Palestra - ideologia de gênero para os 300 do Brasil", por discurso de ódio.
No Terça Livre, o programa " China e OMS esconderam hidroxicloroquina de você" foi excluído. No BR Notícias, a peça "Explodiu - Fim do covid-19. Brasil sai na frente com cura" também foi retirada. Ambos porque disseminavam desinformação sobre coronavírus.
Guilherme Felitti diz que a "limpeza" continua. "Mas a faxina não significa que estão abandonando o barco. Alguns podem ter retirado os vídeos apenas temporariamente", explica.
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